sábado, 31 de outubro de 2009

A IDOLATRIA NA SOCIEDADE DE CONSUMO


“Supremo Castigo

Em todos os aeródromos, em todos os estádios, no ponto principal de todas as metrópoles, existe - e quem é que não viu? - aquele cartaz... De modo que, se esta civilização desaparecer e seus dispersos e bárbaros sobreviventes tiverem de recomeçar tudo desde o princípio - até que um dia também tenham os seus próprios arqueólogos - estes hão de sempre encontrar nos mais diversos pontos do mundo inteiro, aquela mesma palavra. E pensarão eles que coca-cola era o nome do nosso Deus.”

Mário Quintana



Para mim, que enquanto criança não aprendi a ler poesia, Mário Quintana é um grande consolo. Quando o leio, não me acho tão ignorante. Escrevendo prosa lírica, Quintana me apresentou o outro lado da poesia e conseguiu me resgatar das trevas da ignorância literária (aff... que exagero).

De qualquer modo, Mário Quintana é o que é: um poeta brincalhão (e acho que seu humor é o que mais me cativa). Mas como dizem: em toda brincadeira há um fundinho de verdade... meu assunto não é a Coca-Cola... quero falar da idolatria moderna: um dos deuses do nosso século é o consumo!

Sociedade de Consumo é o termo técnico utilizado em economia e sociologia, para designar o tipo de sociedade que se encontra numa avançada etapa de desenvolvimento industrial capitalista e que se caracteriza pelo consumo massivo de bens e serviços, disponíveis graça a elevada produção dos mesmos. A maior crítica que se faz é que os consumidores finais perderam as características de indivíduos tornando-se massa de consumidores, a qual se pode influir através de técnicas de marketing, inclusive chegando à criação de "falsas necessidades".

Qual a raiz do problema? Mais uma vez: a perda de foco. Quando o Criador é exaltado, a sociedade prospera. Quando é deixado de lado, o caos é instalado. Os picos de espiritualidade na história européia promoveram altíssimo desenvolvimento social e intelectual. Os EUA se tornaram a potência que são devido à construção de seus ideais políticos na moral revelada na pessoa de Cristo. Por outro lado, no século XX, os mesmos EUA, na medida em que redefiniram seus valores e abandonaram sua devoção a Deus, se converteram ao consumismo e, conseqüentemente, experimentam um declínio moral tal qual o Império Romano; nessa toada, poderão ter o mesmo fim!

“Onde quer que, na igreja, se tenha perdido a autoridade da Bíblia, onde Cristo tenha sido colocado de lado, o evangelho tenha sido distorcido ou a fé pervertida, sempre foi por uma mesma razão. Nossos interesses substituíram os de Deus e nós estamos fazendo o trabalho dele a nosso modo. [...] Deus não existe para satisfazer as ambições humanas, os desejos, os apetites de consumo, ou nossos interesses espirituais particulares.” Declaração de Cambridge, 1996

É claro que “consumismo” não é a mesma coisa que “sociedade de consumo”. Mas consumismo é a doença nascida a partir desse fenômeno.

Qual, então, a cura para mais esse mal moderno? Reconhecer e realizar qual o fim principal do homem: Glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. Abaixo, segue o conselho de Jesus Cristo:

“Dirigindo-se aos seus discípulos, Jesus acrescentou: ‘Portanto eu lhes digo: Não se preocupem com sua própria vida, quanto ao que comer; nem com seu próprio corpo, quanto ao que vestir. A vida é mais importante do que a comida, e o corpo, mais do que as roupas. Observem os corvos: não semeiam nem colhem, não têm armazéns nem celeiros; contudo, Deus os alimenta. E vocês têm muito mais valor do que as aves! Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida? Visto que vocês não podem sequer fazer uma coisa tão pequena, por que se preocupar com o restante?

“ ‘Observem como crescem os lírios. Eles não trabalham nem tecem. Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles. Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, quanto mais vestirá vocês, homens de pequena fé! Não busquem ansiosamente o que comer ou beber; não se preocupem com isso. Pois o mundo pagão é que corre atrás dessas coisas; mas o Pai sabe que vocês precisam delas. Busquem, pois, o Reino de Deus, e essas coisas lhes serão acrescentadas.

“ ‘Não tenham medo, pequeno rebanho, pois foi do agrado do Pai dar-lhes o Reino. Vendam o que têm e dêem esmolas. Façam para vocês bolsas que não se gastem com o tempo, um tesouro nos céus que não se acabe, onde ladrão algum chega perto e nenhuma traça destrói. Pois onde estiver o seu tesouro, ali também estará o seu coração.’ ”

Lucas 12.22-34

Hoje, 31 de Outubro, é o dia em que os protestantes comemoram a Reforma do Século XVI. Nessa ocasião, um lema foi defendido: SOLI DEO GLORIA [Glória somente a Deus]. O homem e tudo o que ele faz devem objetivar somente a glória de Deus. Quando uma pessoa se encontra com a Verdade, com o Senhor Jesus Cristo, encontra esse Deus, que nos criou para glorificá-lo (Isaías 43.7). Nele somos redimidos e nos realizamos. SOLI DEO GLORIA !!!

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Supremo Castigo: QUINTANA, Mário. Caderno H.
Sociedade de Consumo: Wikipédia.
Declaração de Cambridge: Monergismo.
Lucas 12: Bíblia NVI, Nova Versão Internacional.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O CULTO À AUTO-ESTIMA



São tantos os problemas, as decepções se acumulam em meio a uma sociedade que, por si só, caminha para um fim obscuro. As pessoas estão clamando por socorro, suas vidas estão cheias de surpresas desagradáveis e como se não bastasse, o próprio ritmo de vida da sociedade pós-moderna tem contribuído para uma baixa auto-estima que atinge todas as camadas sociais.

Esse "fenômeno" chamado auto-estima tem sido utilizado como justificativa para muitas atitudes questionadas, por exemplo; quando alguém é desafiado a falar em público e, por algum motivo não consegue, o problema é a auto-estima que está em baixa; quando alguém perde a vontade de lutar por algum ideal, o problema também é a auto-estima que não está bem.

Contudo, ela náo é usada apenas como justificativa, mas é também usada como o remédio salvador da sociedade, o antídoto contra os desafios venenosos da vida pós-moderna. E é nesse ponto que quero tocar, ou seja, na perspectiva equivocada de que a auto-estima é a solução para qualquer aflição do homem e a principal motivação para que se chegue ao sucesso.

A sociedade em geral está convencida de que a satisfação interior é capaz de resolver grandes problemas. Em um sentido secundário, "estar de bem com a vida" de fato nos ajuda a conviver de forma mais harmônica com o mundo, entretanto, elevar este estado a ponto de crer que através dele tudo será melhor, é um engano.

Antes de mais nada, quero me posicionar a respeito do assunto fazendo a seguinte afirmação: "O homem não é naturalmente ou basicamente bom, pois ele carrega sobre si um peso, uma culpa pelo grande erro de ter entrado em contato com o pecado. Assim sendo, ele é radicalmente (raiz) corrompido e incapaz de encontrar em si mesmo a solução para os seus problemas".

Portanto, minha defesa é que o homem não deve se iludir com a idéia de que o rumo certo de sua vida tem de ser pautado no estado em que ele se encontra com o "eu" interior, mas o rumo certo para a vida do homem está na VERDADE ABSOLUTA, e no fato de que ele precisa ter um encontro com quem vai transformar definitivamente sua vida, Deus.